quarta-feira, 4 de abril de 2012

VITRINE DA ARTE

Inicio a Vitrine da Arte com meu projeto artístico. Baseia-se na chamada cultura popular, explorando cores, texturas e tramas por meio de estampas de Chita. Valoriza o artesanal, questionando o Kitch e a elitização da arte. No meu trabalho, tento romper o preconceito de que as estampas de chita são "bregas" ou apenas para a população de baixa renda. Retalhos de vida em que me faz recordar a minha infância, quando ficava ao “pé da máquina de costura” da minha mãe, vendo-a fazer lindas colchas de sobras de tecido, flores e bonecas de tecido e toalhas de patchwork. Ela fazia uma verdadeira alquimia na arte de criar a partir dos tecidos de chita, sua matéria prima básica. A chita, por ser um tecido de baixo custo e cores vibrantes, dava um charme e um colorido todo especial às produções dela. Depois, experimentei usar retalhos de tecidos em várias peças artesanais de minha autoria, como colares, brincos, pulseiras, flores de tecido, bolsas e objetos decorativos. Cresci, então, imersa na exploração do retalho em processos criativos e artesanais, sempre desejando aperfeiçoar-me tecidos de chita cada vez mais. Apresento a obra intitulada de "RETALHOS". Participou de uma exposição coletiva Arte e Projeção em janeiro de 2012 na galeria Archidy Picado, localizado na área do Espaço Cultural na cidade de João Pessoa. Ela inicia na tela e se ramifica pela parede.
Titulo: "Retalhos" Dimensão:1x1,50
Título: Patchwork Dimensão:40x40
Título: Floresta Dimensão:30x30
Título: Vermelho Dimensão:30x30
Título: Ciranda de flores Dimensão:40x50
Título: Auto Retrato Dimensão: 50x60
Título: Psicodechita Dimensão: 50x75
Título: Redemoinho Dimensão: 50x60
Título: Psicodechita II Dimensão: 40x40
Título: Retalhos II Dimensão: 1,50x60 **************************************************************************************** DIM Brinquedim ************************
Antonio Jader Pereira dos Santos, o Dim, é um artista-brincante lá do Ceará, da cidade de Pindoretama (a uns 60 km de Fortaleza), a “capital da rapadura”. Ele mandou notícias de seus “brinquedos” para o Mapa do Brincar. E contou uma história muito bonita. Nascido em Camocim (a 375 km de Fortaleza), o menino Dim, hoje com 43 anos, diz que nunca deixou de brincar. “O mais sério da vida pra mim é o brincar, levar a vida a sério é considerar seriamente que o objetivo maior da vida é a felicidade”, escreveu. E ele brinca de fazer brinquedos desde menino (“o mais danado do bairro”, era chamado de Zé Faz Tudo). Era um garoto curioso por maquininhas e traquitanas. A primeira que decifrou foi a máquina de fazer algodão-doce, vendido na cidade. Dali, desvendou um mistério que o ajudou a fazer vários brinquedos. Seus brinquedos viraram arte, que viraram brinquedo. “A brincadeira sempre foi minha inspiração, porque, na verdade, nunca deixei de brincar, sou ainda um menino que tudo observa com admiração”, conta Dim (nome que vem do apelido Jadim, dado pelo pai). Dim conta que um de seus brinquedos preferidos é o João-Teimoso, “porque ele traz a idéia de persistência”. Foi um dos primeiros brinquedos que conheceu, na Feira de Pedra, em Camocim. “Chamava-se Pedra porque era uma feira no calçamento mesmo, tinha um pano estendido no chão e alguns brinquedos, como mané-gostozo e rói-roi”. Conheceu no meio do chão de pedra “um brinquedinho que tinha umas orelhinhas pra cima, que parecia um coelho, era todo enfeitado com papel de seda e pintadinho”. Ficou intrigado com o objeto: “A gente derrubava, e ele voltava. Aí eu o desmontei e descobri que tinha um peso ali embaixo. Foi assim que descobri o João-Teimoso - até hoje ele está em tudo nos meus trabalhos.” É verdade, suas telas e esculturas mostram uma espécie de João-Teimoso, gorducho, sempre sorridende. É assim na tela abaixo, "Voando com Róis-Róis".
O artista explica que muitos de seus brinquedos são inventados, outros são releituras de suas memórias. São memórias de brinquedos como o rói-rói (“também conhecido como besouro, berra-boi, corroco-roco”), que ganhava da avó religiosa. Lembranças dos mamulengos do Zezinho do Gás – para imitar o que o mamulengueiro fazia, ele “pegava os talos de coqueiro que eram mais moles, fáceis de cortar, botava umas meias, uns pedaços de panos, e fazia os meus bonecos”. Saudades das brincadeiras de inverno, quando fazia canoa com casco de melancia, tomava banho de chuva e virava vaqueiro com seu brinquedo feito de maxixe e palitinhos espetados. As histórias de trancoso contadas pelo avô cego ainda rondam seu imaginário de artista brincante. Sua obra pode ser encontrada: em seu ateliê em Pindoretama (tel. 0/xx/85/8705-1956; brinquedim@yahoo.com.br), no Museu do Folclore Edison Carneiro (www.cnfcp.gov.br), no Rio de Janeiro, no Espaço Imaginário (tel. 0/xx/11/3814-3536), em São Paulo, e no Centro Cultural Dragão do Mar (www.dragaodomar.org.br), em Fortaleza.
Dá para conhecer mais o trabalho dele em http://picasaweb.google.com.br/Dim.brinquedim/GaleriaDoDIM Finalizo o texto como Dim finaliza suas mensagens: “Brinquedim, brinquetu, brincamos nós!”
Brincando com peões
Boneco Túnel
Catavento de Libélulas
Fonte; Escrito por Gabriela Romeu no blog http://blogdafolhinha.folha.blog.uol.com.br/mapadobrincar/arch2009-06-01_2009-06-30.html